quarta-feira, 20 de julho de 2011

Muticom: Painel discute realidade e ficção na vida cotidiana .


Um dos integrantes do painel “Documentário, vida cotidiana e ficção”, no 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), o jornalista Marcelo Canellas disse que o jornalismo e a ficção são dois mundos diferentes “porque tratam a realidade de modo diferente”. O painel aconteceu na manhã desta terça-feira, 19, no Ginásio da PUC-Rio.

Para definir o jornalismo, ele recorreu a Adelmo Genro Filho. “Jornalismo é uma forma especifica de conhecimento da realidade objetiva”, disse. Baseado no mesmo autor, fez a distinção entre ciência, arte e jornalismo. Para ele, ciência é forma de conhecimento cristalizada no universal; a arte, no particular e jornalismo no singular.

Canellas defendeu a necessidade do jornalismo estabelecer a relação entre o jornalista e a noticia. “A vida se apresenta para nós no verniz da aparência, do clichê. O jornalista se mune de ferramentas para raspar este verniz”, disse.

Canellas apresentou uma reportagem sobre a fome feita por ele há dez anos para o Jornal Nacional, da Rede Globo. Contou todo o processo desde a aprovação da pauta até a produção da matéria. Um dos personagens da matéria morreu 15 dias depois de veiculada a notícia. Segundo testemunhou, Canellas aprendeu com a matéria que jornalismo não tem poder de mudar a realidade.

“O papel do jornalismo é jogar luz sobre realidade que está obscurecida. O protagonista da mudança da realidade é a ação política organizada”, concluiu.

O diretor acadêmico do Muticom, professor Miguel Pereira, substituiu o cineasta Cacá Diegues, esperado para o painel e que teve sua ausência justificada.

Ele destacou a importância de cada pessoa no processo de comunicação. “Cada ação nossa não é inútil par o outro; ela tem sentido para o mundo e isso é importante para começar a pensar no processo da comunicação e pensar o que é realidade e o que é ficção”, disse.

Para o professor a comunicação de cada um deve ser para fora e as pessoas devem ser sempre aprendizes. “A atitude correta nossa é de sermos aprendizes eternos. Temos que recriar e reencantar o mundo com nossa mensagem”, concluiu.

Fonte: CNBB

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