
A água e o vinho, o amor e o casamento, são aqui sinais por excelência. Sem vinho não há bodas, sem amor não pode haver casamento pleno. Mas tudo isso é algo que nos leva, que nos conduz à verdadeira realidade: Jesus, o Cristo. Nele e só Nele se encontra o sentido para viver.
Vinho e amor são portanto sinais de uma presença que transforma a morte em vida. Transformar-se em Cristo, viver do Seu Espírito.
Em Isaias 62, 1-5, o Profeta nos coloca diante do Sinal da atividade salvífica através do Encontro de Deus com Jerusalém na Justiça. O Reinado da Justiça é o sinal de que Deus ama o seu povo e nada melhor do que uma Festa de Núpcias para Celebrá-lo.
Ciro é o primeiro Messias, aquele que liberta, que traz segurança e paz para o Povo, aquele que outorga a liberdade e a esperança, aquele que reconstrói a cidade, outrora sitiada pelo inimigo. Ciro da Pérsia é o Messias de Isaias, porque transforma o povo de escravo na Babilônia em judeus livres na Cidade da Paz, Jerusalém.
O Messianismo de Jesus se nos revela, hoje, também durante uma festa: as Bodas de Caná. Aqui, também, o verdadeiro Messias transforma a água da escravidão no vinho da liberdade, símbolos da sua abundância inesgotável, sinalizando, assim, para uma FESTA ainda maior, a da dádiva de si mesmo a todos nós, a da sua Páscoa, celebrada uma vez por todas e tornada presente, em nossos altares, através da Eucaristia: “Tomai e bebei dele todos, este é o Meu Sangue, o Sangue da Nova e Eterna Aliança”.
Tal como a vinda dos Magos para adorar o Rei do Universo e o Batismo de Jesus no Jordão, o sinal das Bodas de Caná(Cf. Jo 2,1-12) é, também, um acontecimento epifânico. É a manifestação da glória de Deus na pessoa de Jesus de Nazaré.
Todos os milagres de Jesus são sinais que nos revelam o seu Messianismo, ou melhor, o seu sentido verdadeiro. Nosso Senhor Jesus Cristo não é deste mundo, não é como muitas vezes o imaginamos, do tamanho da nossa pequenez, às vezes tão mesquinha.
Maria, a Mãe de Jesus, é aqui a imagem original da comunidade em súplica. Hoje Ela pede e nos ensina a pedir como convém. “A minha hora ainda não chegou”: Jesus sinaliza para a “hora da Cruz”, da Páscoa, da REDENÇÃO, na qual Maria também se faz presente. A hora da glória através da obediência. A obediência à vontade do Pai.
Onde está o vinho, a alegria de Deus em nossas vidas? Só há uma resposta para esta pergunta. Lá onde está o Cristo, encontra-se o vinho bom, encontra-se o vinho da salvação; lá onde os sinais de sua presença No-Lo fazem conhecer.
Estes sinais nos colocam diante da medida da realidade HUMANO-DIVINA, para a qual fomos chamados, convocados: viver em Cristo é viver com forma e sentido; viver em Cristo é viver no amor, no amor e na fidelidade ao seu ensinamento. Tudo em nossa vida é “água” até que a claridade de Cristo a transforme em vinho, no melhor dos “vinhos”.

Que o nosso coração realize esta METANOIA neste tempo para seguirmos as pegadas D'Aquele que nos conduzirá a verdadeira vida através de seu mistério inesgotável de amor e de misericórdia. SIM, HOUVE METANOIA EM CANÁ DA GALILÉIA!
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Fonte: Adaptado do texto de Dom Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo Emérito de Juiz de Fora - MG
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